As novas marcas que surgem no mercado seguem cada vez mais uma linha eco-friendly. A portuguesa Atumuta é um desses exemplos. Lançada em abril de 2020, além da produção se pautar por uma especial preocupação com a natureza, reflete-a nas propostas oferecidas. A 20 de maio deste ano lançaram uma nova coleção, a Grounded.
“Não concordava com muitas das abordagens desta indústria. Logo percebi que tinha que mudar o meu caminho e expressar-me através dos meus princípios, numa abordagem de um design descomprometido de peças únicas, promovendo menos consumo, uma visão mais sustentável e de mais amor nos detalhes”, conta Raquel Santos, a fundadora de 33 anos. E acrescenta: “Tendo em mente a velocidade com que estamos a perder recursos e consumo excessivo do mundo atual, tornou-se um dos nossos maiores propósitos desacelerar o consumo excessivo nesta indústria e a falta de qualidade, produzindo menos, com mais tempo, e analisando recursos cuidadosamente.”
É uma “sonhadora”, designer, e sempre trabalhou no mundo da moda, em diferentes empresas e marcas. Aos 15 anos era modelo, o que lhe deu a oportunidade de descobrir como funciona a indústria. Ficou a conhecer como se desenrola todo o processo da produção de moda, como o styling e fotografia — conhecimentos que aplica nas campanhas da própria etiqueta.
Atumuta é um jogo com a palavra “mutation”, que podemos traduzir para transformação, conceito que influenciou a insígnia. “Tem sempre como referência as viagens, o movimento, a fluidez e a mudança. A moda, a cultura e as pessoas estão sempre em constante mutação, e, como tal, nós quanto marca acompanhamos este fluxo de tendências, tendo sempre o nosso código genético e valores bem definidos”, comenta a também empreendedora. “É prioritário produzir artigos com alta qualidade e menor quantidade”.
As peças são feitas no nosso País, por costureiras portuguesas. Já os tecidos vêm de várias partes do globo, como Índia, Peru e, claro, Portugal. “A nossa preocupação é utilizar fibras naturais, orgânicas, materiais reciclados e artesanais e também utilizar dead stock”, ou seja, tecidos que não seriam usados e que ganham, então, uma nova vida. Ao promoverem o comércio local e pouco massificado conseguem ter a certeza de onde são oriundas as matérias-primas e quem as produz. Na verdade, o acompanhamento da cadeia de abastecimento é uma das prioridades de Raquel, que procura a transparência de toda a produção.
A nova linha da insígnia demorou cerca de dois meses a estar concluída, e tem um “sabor a liberdade já muito esperado”, após os confinamentos que marcaram 2020 e 2021. “Esta coleção tem uma leveza especial. É um convite a olhar para dentro, para nos conectarmos e aproveitarmos as pequenas coisas da vida”, descreve.
Os tons são maioritariamente térreos, para nos aproximarem da natureza. Mas também encontra propostas com cores mais vivas, como o vermelho e o verde, transportando-nos para “locais exóticos e místicos”.
As malhas orgânicas, os tecidos e tingimentos naturais com estampados feitos à mão e as peças de crochêt, que têm sido um enorme sucesso, levam-nos também para um mundo mais tradicional e menos industrializado. As silhuetas são leves e fluídas, com um destaque especial para os quimonos. Estão disponíveis no site da Atumuta.
De seguida, veja na galeria para conhecer as novas propostas da marca nacional e os respetivos preços.