A Ethical Legend é uma marca portuguesa sustentável, nascida no Porto, há menos de um ano. Desde então, a boutique online tem gravado o seu nome por todo o País com os lenços personalizados que deram início ao projeto. Para o verão de 2022, contudo, a etiqueta fez um upgrade e lançou a sua primeira linha de vestuário, que estará disponível num ponto de venda físico, em Lisboa.
Maria Girão, de 30 anos, trabalhava como gestora de marketing. Quando o seu ofício se tornou algo “muito mecânico e administrativo”, deu por si insatisfeita com o rumo da sua vida profissional. Aí, o boom criativo aconteceu. “Comecei a desenhar e nem olhava para o relógio nessas tardes. Foi tudo orgânico, porque estava no meu quarto, olhava à volta e via os lenços que usava”, conta à NiT.
Quando percebeu que podia transformar o produto da sua criatividade num negócio, foi bater à porta de armazenistas, na Trofa e em Guimarães, para ver tecidos — e, na semana seguinte, estava a comprá-los.
Desde então, a Ethical Legend é conhecida pelos seus lenços de cetim reciclado, feitos a partir de garrafas de plástico (chamadas PET) que foram retiradas dos oceanos. Descobriu esta matéria-prima quando andava em busca do melhor tecido, que depois sublima e usa para criar estampados personalizados.
O objetivo passou sempre por permitir uma multiplicidade de usos às suas criações: “Tinha o contacto de uma estilista e, com ela, comecei a fazer protótipos. São lenços que se podem usar na cabeça, como acessório, como top ou como páreo. A peça tem que ter um certo comprimento e largura para ser apto para esta multifuncionalidade”.
Depois dos lenços, o vestuário
O investimento na primeira linha destes retângulos de cetim — intitulada Aguarela — foi recuperado na totalidade. Devido ao balanço positivo, acabou por se despedir para se dedicar ao negócio a tempo inteiro. Este ano, decidiu adicionar criar vários conjuntos e entrar no segmento de vestuário. Apesar das clientes “poderem usar os lenços como tops”, a fundadora tem um objetivo mais ambicioso: “vesti-las de cima abaixo com a marca”.
A nova coleção primavera-verão 2022, intitulada Planeta Terra, apresenta uma gama com tecidos orgânicos e um design fluido e elegante. Conta com cores em tons terrosos, onde se destacam as calças em algodão crú, e os calções e écharpes também em verde e branco.
Entre as novidades estão ainda as saias compridas e médias de trespasse, feitas com cupro — um tecido de fibras de celulose produzida a partir de algodão reciclado, biodegradável e facilmente reciclável. As cores escolhidas são o azul oceano e o verde esmeralda, inspirando-se na pedra preciosa.
A riqueza da América Central
A fundadora viajou até à América Central em busca de inspiração, nomeadamente na Costa Rica. Explorou reservas naturais protegidas e as selvas densas tropicais localizadas na costa do Pacífico, deixando-se encantar pela biodiversidade do país conhecido como “Líder Verde”.
“Adoro viajar, fui à Costa Rica em agosto e a marca foi um absoluto sucesso. É um país conhecido por colocar a natureza à frente de todas as iniciativas”, reforça. “Quando fui, levei as peças e eu própria levava com um lenço na cabeça. Estou, neste momento, em quatro lojas na Costa Rica.”
Além deste mercado, tem lojas em Barcelona e Formentera, em Espanha. Este verão, acrescentaram um ponto de venda em Lisboa, no Papua Market, no Príncipe Real. “Cheguei em junho da Costa Rica e fiz uma pesquisa de lojas que fizessem sentido para a marca. Fui diretamente a Lisboa e [os responsáveis] acharam que tinha imenso a ver, principalmente por ser uma marca portuguesa e sustentável.”
Apesar de não se definir como uma etiqueta de verão, já que os lenços podem ser usados todo o ano, mantêm coleções sazonais. “O objetivo vai ser passar meio ano na Costa Rica e meio cá. Porque quando é inverno cá, lá é verão”, conclui.
Além do Papua Market, situado nos números 45 e 47 da rua da Escola Politécnica, em Lisboa, pode visitar o site da marca. Os preços das peças oscilam entre os 30€ e os 70€.
Veja na galeria para descobrir as proposta da coleção Planeta Terra.