Ovestuário infantil costuma incluir peças muito fofas, em tons suaves, e com desenhos que criam um retrato animado dos miúdos ao nosso redor. É impossível resistir a este tipo de criações que fazem ampliam a ternura que dispensamos aos mais novos. No entanto, há mais opções de fazer com que os filhos, primos, sobrinhos ou netos tenham muita pinta através do que vestem. A Noese, a nova marca 100 por cento portuguesa de vestuário infantil, é uma das que contribui para essa oferta.
Adriana Fernandes, de 44 anos, trabalhava na fábrica da família em Barcelos, a JVF, e começou a reparar que, da produção que realizavam para os clientes, surgiam muitos desperdícios de materiais que incluíam “malhas e tecidos de boa qualidade” que não eram reaproveitados.
Aproveitou a estrutura e juntou-se ao marido, Pedro Martins, 44, para lançarem um negócio em conjunto. Tinham a facilidade de poderem contar com o fabrico na confeção onde Adriana continua a trabalhar, tendo um maior controlo sobre tudo o que é desenvolvido. O facto de viverem no norte de Portugal, onde o trabalho têxtil é predominante, foi um fator muito importante.
“O objetivo foi criar uma marca em que pudéssemos pegar nas matérias-primas ainda utilizáveis e dar-lhes uma segunda vida, ou seja, criar outras peças para evitar o desperdício na indústria têxtil”, conta Catarina Vinhas, responsável de marketing.
Catarina acrescenta que, desde o início, a ideia passou por apresentar um negócio virado para o público infantil. O casal que idealizou a Noese tem várias miúdos na família, incluindo duas filhas pequenas. Adriana sempre quis vesti-las com tons mais escuros e roupas com mais estilo, fugindo de visuais mais infantis, com muito cor-de-rosa e laços.
Este objetivo é atingido graças a uma paleta de cores mais neutra, com o branco, cinza e preto a predominarem. Isto acontece devido aos tons das próprias matérias-primas utilizadas, mas é um fator positivo. Com estes recursos, criam roupa para miúdos que acabam por ser semelhantes às peças de adulto. Ou seja, mais arrojadas.
No primeiro dia de julho, a insígnia apresentou a sua primeira coleção no site da marca, com vestuário dedicado à estação fria. Apesar de ser um projeto recém-nascido, também já apresentaram uma segunda coleção de roupa de primavera-verão na Pitti Immagine Bimbo, em Florença, um evento dedicado ao segmento da moda para os mais novos.
Nota-se, em paralelo, o desejo de se diferenciarem no mercado. O logótipo já está gravado em várias peças, como sweatshirts, resultando numa identidade visual vincada. Ainda assim, renunciam à estampagem, devido às preocupação com a sustentabilidade: “Iremos bordar o logótipo, mudando a posição em várias peças, ou através de um aplique com o pormenor do logo no final de algumas peças”.
Sobre o futuro da marca, os fundadores têm a certeza de que não pretendem criar uma loja física própria. “Queremos trabalhar não só online, mas na venda para lojas e retalho. Vamos ter, em princípio, um showroom no nosso escritório para os clientes interessados descobrirem as coleções”.
Relativamente à produção, continuam a posicionar-se com uma marca 100 por cento nacional, com todo o fabrico no norte do País. Também os materiais apresentam o selo “made in Portugal”.
Do retalho ao online, resta questionar se os excedentes de produção vão ser suficientes para dar resposta a todos os pedidos. “Estas duas coleções cápsulas foram produzidas exclusivamente com deadstocks, mas daqui para a frente o que vamos fazer é usar materiais reciclados ou algodão orgânico para responder a encomendas de maior volume que podemos ter”, explica Catarina.
Todo o catálogo da Noese, assim como mais informações sobre a marca podem ser consultados no site . Também pode visitar a página de Instagram da insígnia.
Veja na galeria para descobrir as peças que fazem parte da primeira coleção. Os preços oscilam entre os 43€ e os 150€ e os tamanhos vão dos 4 aos 13 anos.