O Jubileu de Platina da Rainha Isabel II, no qual a monarca celebra os seus 70 anos de reinado, virou todos os olhos do mundo para a família real e no Palácio de Buckingham. Porém, apesar da cerimónia ser dedicada à monarca, foram os bisnetos que roubaram as atenções. A princesa Charlotte, em específico, causou furor na imprensa britânica devido ao vestido que usou. O mais curioso é que se trata de uma criação portuguesa.
A bisneta da rainha Isabel II, de 7 anos, surgiu na cerimónia Trooping the Colour esta quinta-feira, 2 de junho, com um vestido azul com mangas esvoaçantes e um pequeno laço. O modelo comprido em chiffon provou que, tal como a mãe, Kate Middleton, a jovem princesa é capaz de abalar as vendas das marcas que veste. Bastou uma hora para que o modelo esgotasse nas lojas da marca.
Fundada por Marta Teixeira de Sousa, de 31 anos, juntamente com a mãe, a Patachou insere-se no segmento do luxo acessível. “Criamos peças com valor acrescentado, mas um preço acessível. Esse vestido é incrível e só custa 63 euros”, conta Marta em conversa com a NiT. É sobretudo na confeção e nos materiais que reside a componente luxuosa, algo que advém da experiência das duas criativas.
Mãe e filha pertencem ao grupo têxtil Longratex, com mais de 35 anos, com uma produção para private labels, ou seja, direcionada para as melhores marcas do mundo de roupa para bebés e miúdos, como a Marie-Chantal. Há cerca de 10 anos, decidiram transportar esse conhecimento e know-how para lançarem a própria marca, a Patachou.
A estratégia inicial passou logo pela internacionalização, sendo que as cofundadoras optaram por começarem imediatamente a participar em feiras e showrooms internacionais. O mercado inglês tornou-se um dos mais importantes, com a presença da marca em espaços como os armazéns Harrods ou Fenwick, por exemplo. Por isso, não é de estranhar que a etiqueta nacional tenha chegado até à família real britânica.
Foi Kate Middleton, a duquesa de Cambridge, que escolheu o vestido para a filha. A aristocrata encontrou a peça no website de uma loja inglesa, a Childrensalon, onde a Patachou vende as suas criações: “Foi apenas sorte. É muito fácil chegar ao nosso produto.”
“Ontem, estava a almoçar e vi [o evento] na televisão. Pensei: ‘oh, meu deus, este vestido é nosso’”, revela Marta, que foi apanhada de surpresa. “Depois comecei a ser atacada por tags no Instagram e foi assim que percebi — em simultâneo com o resto do mundo. Foi quase um sonho”.
“Estamos em todo o lado, nas revistas e jornais britânicos”, acrescenta. Do “Daily Mail” à “Vogue”, todas as publicações internacionais ecoam não só o nome da insígnia, mas também o facto de ser portuguesa.
“Sempre tivemos o sonho que a princesa Charlote vestisse algo nosso, porque é um ícone mundial. Foi uma surpresa. Não estávamos à espera e ficamos orgulhosos. [É] uma marca portuguesa num evento tão importante e histórico como o Jubileu”. Além da princesa de Cambridge, a Patachou já vestiu outras figuras da realeza, como Estelle, princesa da Suécia.
Sediada em Felgueiras, no norte do País, onde está concentrada grande parte da produção têxtil, a marca tornou-se um símbolo da qualidade nacional. Todas as peças são confecionadas em fábricas da região, e muitos dos têxteis utilizados têm igualmente origem portuguesa. No entanto, para garantir o máximo de qualidade, também exportam matérias-primas europeias, de países como Espanha, Inglaterra ou França.
O vestido já não está disponível no site da marca, mas ainda pode encontrar muitas outras opções dignas de família real.
Veja na galeria para conhecer algumas.