Os coletes são, por norma, associados a looks mais sóbrios. Não se encontram à venda muitas opções que fujam da previsibilidade ou que nos permitam seguir por caminhos mais inesperados. A marca portuguesa Coolet nasceu precisamente com a missão de suprir esta lacuna com modelos reversíveis e muito cool.
Catarina Macedo Ferreira, de 35 anos, decidiu que esta seria a proposta do seu projeto. Mãe de quatro filhos, dedica-se à fotografia, tem formação em artes plásticas e, agora, acrescenta o empreendedorismo na produção de moda ao currículo. “A ideia [da Coolet] nasceu no ano passado, porque estava sem conseguir trabalhar e estava há muito tempo à procura de um produto que pudesse vender, porque só presto serviços”, revela. “Como o meu serviço de fotografia foi construído de forma orgânica, tinha vontade de criar um que já tivesse um caminho delineado e do qual pudesse tomar as rédeas.”
Inicialmente, por acreditar que o mercado português já tem bastantes propostas, criar roupa não estava dentro dos seus planos. Porém, como acontece com muitos criativos, teve uma epifania que a fez descobrir qual seria sua proposta. Ao ver um filme com uma mulher a vestir um colete masculino, percebeu que não havia uma marca que trabalhasse apenas com coletes.
“Vemos coletes brancos, pretos e beges e não há nada diferente”, diz. Com a Coolet conseguiu conciliar o seu trabalho como fotográfa com um produto que podia vender e ainda voltou a dedicar-se à pintura, algo que não conseguiu fazer nos últimos dez anos. Combinou todas as suas valências para oferecer algo novo ao mundo da moda. A aposta passou por desenvolver artigos reversíveis, que os clientes possam usar de duas formas.
“Sabia que podia sublimar o tecido ou fazer uma estampa digital, então pensei em pegar em detalhes das minhas pinturas”. Foi essa a abordagem escolhida quando, no final de maio de 2021, lançou a marca em tempo recorde — após três de trabalho: “no início, percebi que os coletes estavam a voltar a ser tendência, e quis posicionar a marca muito depressa”.
Spring Coolet
Logo na primeira linha, que contava com quatro cores diferentes, o design consistia num interior feito com cetim, de forma a assemelhar-se aos coletes masculinos, com o detalhe da pintura e o caráter reversível. Na coleção seguinte, os coletes não eram reversíveis, mas eram feitos com veludo e contavam com uma linha nas costas.
Apesar dos coletes reversíveis continuarem a ser os modelos originais da marca— e serão mantidos —, Catarina continua a explorar as possibilidades. Na nova linha de primavera, a Spring Coolet, idealizou peças mais simples e básicas “para complementar o universo” da etiqueta. Entre as novidades, lançaram também o primeiro par de calças e um colete com mangas: “existem pessoas que adoram as peças, mas não sabem conjugar o colete e conseguimos melhorar o design com mangas abalonadas”.
Numa fase inicial, o poliéster reciclado foi o tecido privilegiado pela Coolet, por ser fácil de tingir e ter uma textura adequada aos modelos, mas estão a procurar eliminar o material o mais depressa possível. Nas peças mais recentes, a etiqueta inclui 60 por cento de algodão e existem peças de linho e rayon. “Estamos a fazer o crescimento em termos de seleção de melhores materiais, principalmente em termos de durabilidade. Queremos que a peça se prolongue”, conclui.
As peças eram produzidas numa fábrica em Lisboa, porém, optaram por passar a fazê-las com uma costureira local no atelier. A confeção é feita à medida do que vão vendendo para evitar a acumulação de stock.
Pode visitar o site da Coolet e ficar a conhecer melhor o catálogo da marca, assim como visitar, sob marcação, o showroom na Amadora. O espaço fica situado no número 7 da Rua Teófilo Braga.