Chegado o verão, a oferta de biquínis e fato de banho aumenta de forma incontrolável. Entre tantas opções existem sempre marcas que se distinguem pelo seu manifesto, identidade visual ou construção. A portuguesa de swimwear Ao Léu Apparel é um desses exemplos. A etiqueta apresentou as suas novas criações em duas partes, nos dias 6 de abril e 9 de maio, respetivamente.
A linha Rewild inspira-se na estética orgânica da natureza. “A coleção tem como objetivo desconectarmo-nos do mundo material e daquilo que é o nosso apego aos bens”, conta a fundadora Inês Silva. Um intuito alcançado procurando viver de forma livre, sob um instinto quase selvagem e cru, enquanto aceitamos o nosso corpo tal como ele é.
Com uma mistura de cores contagiante e apostas estampadas, a marca procurou inovar neste que é o segundo lançamento oficial da marca. O primeiro, Liberté, aconteceu no verão passado. “Este ano arriscamos no modelo Wild, que tem um padrão mais abstrato e tentámos representar um pouco a natureza”, diz, sobre uma estampa que nasceu da colaboração com uma artista espanhola. “Não é um padrão em que temos um animal, mas passamos este lado mais selvagem e abstrato.”
Ainda assim, querem continuar a manter os modelos mais básicos ao longo das coleções, enquanto continuam a procurar novidades. A ideia é criar biquínis que possam ser usados não só este verão, mas nos próximos, de acordo com a visão sustentável da marca. Do uso dos materiais, com licras recicláveis, ao packaging, a preocupação com a sustentabilidade é transversal a todo o negócio.
O criação da Ao Léu
Formada em Recursos Humanos, Inês Silva começou a edificar a marca em 2016, após ter iniciado um curso numa escola de costura. Acabada de sair da faculdade, ganhou 100 euros numa raspadinha que pagaram a primeira mensalidade dessa formação. A motivação para dar este passo passou pela influência da avó, que sempre admirou ver costurar. Quando começou a ter aulas, a primeira peça que fez não podia deixar de ser um biquíni.
“Fico muito mais feliz e liberta nesta altura do verão, por isso, o meu negócio tinha de estar relacionado com este imaginário”, explica. Esteve ligada a este universo durante muitos anos enquanto atleta de alta competição de natação, que começou a praticar logo em bebé. Foi o principal fator que a fez avançar com o projeto: “no meio aquático, a questão dos tecidos é muito relevante, e todos os dias tinha de comprar fatos de banho novos. Têm que ser tecidos duradouros e de qualidade”.
Depois de ter começado a criar peças para as amigas, e a receber cada vez mais pedidos, decidiu elevar a marca. Em 2021, passou a ser conhecida oficialmente como “Ao Léu”, um rebranding necessário, com um nome que refere a ideia de se estar livre.
A marca cita, inclusive, uma citação de Mirka Knaster que afirma que “conectar-nos com os nossos próprios corpos é aprender a confiar em nós próprias. E é daí que surge o poder”.
“O que eu vi no mercado é que não existia um tipo de biquínis que se adaptasse a todos os tipos de corpos ou marcas que fossem buscar materiais sustentáveis. E foi um bocadinho o que fui procurar — daí ter surgido esta necessidade de apresentar ao consumidor final algo próprio.”
Inês desenha todas as peças, o que facilitou o trabalho, mas encontrou o principal desafio na procura de confeções que pudessem produzir as quantidades necessárias com um investimento limitado. Paralelamente, pensou na questão dos fornecedores e dos materiais, uma vez que as licras são muito delicadas: “Tento procurar fornecedores locais por uma questão de sustentabilidade, mas alguns materiais temos de comprar fora do País”. Resolvidas as questões, Inês continuou a conceptualizar as peças e a acompanhar todo o processo de produção, sendo a única pessoa por trás da marca.
Pode conhecer mais do trabalho de Inês na Ao Léu Apparel no site da marca. Os modelos têm preços que variam entre os 79€ e os 89€.
Veja na galeria para conhecer as peças da nova coleção.