O gosto de muitas mulheres em relação à roupa passa pela ideia de que menos, por vezes, é mais. Porém, este pressuposto não é universal, nem se aplica a tudo o que diz respeito ao vestuário. No que diz respeito à inclusão de mais tamanhos nos catálogos das marcas, por exemplo, aplica-se o inverso. Nestes casos, mais é sempre mais. E a chegada da Inclusivé ao mercado do vestuário, a 16 de maio, tornou-se num enorme plus.
A marca foi lançada por Mónica Vaz Monteiro, de 25 anos, e Inês Nogueira, de 20 anos, e reúne as motivações de ambas. Inês queria desenvolver um projeto em torno dos brilhantes, Mónica, por sua vez, queria criar algo que refletisse a sua própria experiência de vida. A criativa chegou a pesar 91 quilos, dos quais já perdeu mais de 30 quilos. “Uma das coisas que ficou presente de quando tinha peso a mais era [a sensação de] experimentar os tamanhos”, conta. “Decidimos que, enquanto fosse possível, todas as coleções iam ter tamanhos únicos”.
Optaram por lançar duas peças, o vestido Hera e o conjunto Atena, que funcionam nos corpos de todas as mulheres que vistam entre o S e o L. O primeiro custa custa 95€, enquanto o segundo custa 85€. No entanto, os outros tamanhos não são excluídos de vestir Inclusivé. Quiseram, desde cedo, que toda a marca fosse confecionada à mão para evitar este problema.
Depois de desenharem e colocarem os modelos à venda, fazem peças de todas as medidas por encomenda. Ao mesmo tempo que contrariam o processo acelerado de produção de moda acelerado, certificam-se que existe a possibilidade de adaptar as medidas do busto ou da cintura, por exemplo, às necessidades de todas as clientes.
Após o pedido, a informação é enviada para a costureira, que executa as criações limitadas. Uma vez que não há um stock grande, aposta-se no valor exclusivo, seguindo o lema da marca: “be Inclusivé while being exclusive”.
“You Can Be a Goddess”
Decidiram intitular e delinear a primeira coleção em torno da ideia da mulher enquanto deusa. Além de ser uma forma de fazer com que as clientes se sintam empoderadas, emula um imaginário em torno de símbolos femininos que cativam muitas clientes. O lançamento, “You Can Be a Goddess”, lançou as sementes para os próximos passos da Inclusivé.
Ao contrário do que se vê nas lojas de fast fashion, as propostas brilhantes da marca não se focam apenas no preto e no prateado. Tal como as figuras do Olimpo, que representam inúmeras cores, apostam no brilho com cores fortes para o verão, tal como o verde-lima, o roxo ou o salmão.
Quanto à produção das peças, quiseram apostar na economia nacional. “Nós [as fundadoras] fizemos o design, a produção é feita em Portugal e os tecidos são portugueses”, diz. “E quisemos tudo confecionado à mão para podermos fazer tudo por encomenda, para não excluir ninguém”.
Relativamente aos tecidos, que contribuem para a identidade estética singular do projeto, trabalham com malha de lurex. Aproveitam o potencial do material para fazer sobressair o brilho nas peças. No entanto, também apresentam um conjunto para as pessoas que não se sentem atraídas pelo brilho. As cores vão dos tons que ficam melhor em pessoas bronzeadas, como o verde-lima, aos tons escuros para que não tem a pele morena.
O objetivo para o verão, passa pelo lançamento de novas propostas. Entre elas, vão estar artigos com preços mais em conta, como acessórios. Até lá, pode conhecer a primeira coleção da Inclusivé no site da marca.
Veja na galeria para conhecer algumas das opções disponíveis, com preços entre os 85€ e os 145€.