Já não é segredo para ninguém que os corpetes — ou as novas versões destas peças — estão de volta. Se a culpa é do fenómeno da Netflix, “Bridgerton“, ou se é apenas uma consequência da trend de usar roupa interior sem nada por cima, é difícil responder. Entre as celebridades, começou a ser frequente ver peças que são normalmente associadas a roupa íntima, como lingerie, tornarem-se protagonistas dos seus looks diários. E não demorou muito até que as ruas adotassem o estilo, que já dura há vários anos.
A Bershka decidiu lançar uma proposta que faz a ponte entre os dois universos. Por um lado, aproveita o recente fascínio por novas versões do clássico corset, mas troca os tecidos renascentistas por um dos elementos mais sensuais do vestuário feminino: a renda. Substitui as amarras — literais e metafóricas — associadas à peça original no século XIX por uma sugestão com alças que é muito menos discreta.
Associar o corpete a algo mais desinibido foi, durante muitos anos, uma ideia inconcebível. Ainda assim, enquanto a história é reescrita por novas mulheres e designers, conjugar o símbolo com a sensualidade ou com peças de roupa mais carregadas tem sido muito comum. Não estamos a falar propriamente de um estilo dominatrix, embora também tenha essa opção.
O que importa é que a peça, que muitos veriam como algo para usar apenas no quarto, pode ser transportada para as suas saídas. Umas calças cargo escuras ou um par em couro vão conferir o ar rebelde que esta recriação pede, enquanto uns calções de ganga fazem da peça algo mais casual e menos pesada.
Não há forma de saber quando é que realmente começou a tendência de usar roupa interior no dia a dia. Porém, se há um momento que podemos apontar como transformador, está relacionado — assim como muitas outras inovações no mundo da moda — com Coco Chanel. Na década de 20, a designer revelou criações em jersey, um tecido que era usado para roupas íntimas femininas.
Quanto à reapropriação dos corpetes, que passou a ser um símbolo de rebelião e de empoderamento sexual, a responsabilidade é das subculturas punk e góticas que, em Londres, na década de 60, iniciaram um movimento que ainda se pode observar nos escaparates das lojas. A prova disso está precisamente nesta peça, que agora é um objeto de desejo por parte das mulheres em vez de ser vista como uma ilustração da perversão feminina.
O top está disponível no site da Bershka e pode comprá-lo por 15,99€. Já restam poucos exemplares no tamanho L, mas ainda existem os tamanhos XS, S e M.