Apesar de ter apenas 20 anos e estar a tirar um curso de Psicologia, no ISPA, em Lisboa, Maria Prim sempre teve uma grande paixão por moda. “Eu sou muito fascinada por esta área, acho que é uma das coisas mais incríveis de sempre. Desde de que me lembro que sou assim. Quando era pequena, era vestida pela fui pela minha mãe — que tem muito bom gosto.
Maria Prim acrescenta: “Quando era mais nova eu ia à ModaLisboa muitas vezes. Houve uma vez em que disse à minha mãe enquanto via um desfile: “Eu amava estar ali e ser eu a criadora e ter eu o meu projeto e as minhas coisas. Na altura eu pensava que isto era só uma ideia vaga, que nunca iria acontecer. Porque a vocação que eu tinha, era mesmo psicologia — e sempre olhei para a psicologia como o caminho a seguir. Mas como o meu pai está dentro da área dos negócios, isso também ajudou a que eu olhasse para as coisas com uma visão muito empreendedora.”
Graças a este background, a ideia foi começando ganhando forma. Mas existia ainda um certo receio interno que a impedia de se lançar no projeto. “Olhava para as coisas e pensava: ‘E se for a minha altura?’. Eu tinha as ideias — aliás eu antes de criar a marca já tinha todas a ideias —, só que havia aquele receio infantil e miudinho à reação das pessoas”.
Com o passar do tempo, e com o apoio dos pais, esses medos foram desaparecendo. No início de 2021, lançou a Bluff Denim, uma marca especializada na criação de blusões de ganga irreverentes. “Inicialmente pensava nos modelos e lançava um a um, até porque, apesar de tudo, tinha ainda algum medo de lançar logo uma coleção inteira. Mas depois de começar já não conseguia parar.“
A escolha pelos blusões de ganga não foi ao acaso. Maria via imensas pessoas na rua com peças deste tipo, mas reparava que acabavam por ser demasiado parecidos. “Todos nós usamos um casaco de ganga — ou pelo menos todos temos um casaco de ganga no armário— que fica bem com tudo. E pensei: ´porque é que o casaco de ganga não pode ter mais vida e ser mais diferente e fora da caixa? Incluir estampados, cores vivas, luzes e ser algo mais irreverente?’”. Com este pensamento, o objetivo ficou delineado. “Tentei criar algo diferente e fora do vulgar. Não queria que fosse algo que as pessoas pudessem ir ali a uma Zara para comprar algo semelhante”. E foi precisamente isso que fez.
As peças produzidas pela marca são, no mínimo ousadas. Enchem-se de brilhantes, cores, fios, e muitas mais aplicações. Existe inclusivamente a possibilidade de personalizar o modelo ao gosto da cliente. Todos os casacos são produzidos em Portugal.
“Temos um atelier e são as pessoas que trabalham para nós que fazem a execução dos mesmos. As ideias partem de mim, e depois as coisas são criadas por profissionais. Mas é tudo feito manualmente e da melhor forma possível. Tentamos que seja tudo o mais português possível.”
Mesmo sendo esta a sua área de especialização — a dos blusões —, existe ainda um objetivo de alargar o negócio da marca e passar a produzir outro tipo de peças. “Gostava de ter a parte das calças. Aliás, este ano fizemos um conjunto composto por calças e casaco que foi um sucesso. As pessoas adoraram. Era inspirado na Frida Kahlo”.
Este projeto nasceu no Instagram — de onde vem a grande parte das vendas. Em novembro, Maria deu outro passo importante e abriu um pequeno espaço próprio em Odivelas, no dia 29 de novembro.
“Tenho também um showroom porque quando as pessoas experimentam as peças, a vontade de comprar é completamente diferente. Já para não falar que também ajudas as pessoas a se relacionarem melhor com a marca”.
O espaço está, atualmente, aberto a todas as pessoas que querem conhecer a marca. No entanto, só funciona por marcação. Como Maria divide o seu tempo entre a universidade e a marca, acaba por não conseguir garantir que está lá diariamente.
Os preços destes casacos rondam os 39€. Veja na galeria para conhecer melhor alguns dos modelos, bem como o showroom.