Os planos não são novos: desde que no ano passado quando comprou a Jimmy Choo, a Michael Kors (MK) estava a avisar que queria deixar o segmento médio e ganhar no luxo.
A explicação era simples e tinha basicamente a ver com a quebra acentuada das vendas nos EUA, o mercado que suportou a marca americana durante vários anos.
No entanto, a alteração do perfil dos consumidores, que agora parecem procurar bens mais caros e duradouros, obrigou a Michael Kors a mudar de estratégia – até porque nos últimos anos a marca tinha perdido alguma reputação com os (acentuados) descontos constantes.
Com esta compra, que rondará os 2,2 mil milhões de dólares, a empresa americana espera alcançar uma faturação “a rondar os 8 mil milhões de dólares a longo prazo”.
Consequentemente, a MK quer também conquistar os clientes de topo que a Versace foi angariando ao longo dos seus 40 anos de existência, fundamentais para o seu reposicionamento.
A MK – que passará a chamar-se Capri Holdings Ltd no final do ano, quando a aquisição da casa italiana estiver concluída – revelou no mesmo documento que quer a Versace a apostar mais em acessórios.
John Idol, CEO da MK, acredita que os acessórios possam passar a representar 60% da faturação da Versace, um valor muito acima dos atuais 35%.
Já Donatella Versace, que continuará a ser a diretora criativa da marca criada pelo irmão, disse-se feliz com o negócio e revelou que mal podia esperar pelo início da nova era da empresa.
Em declarações no New York Times, a designer afirmou que ao longo dos anos foi “abordada por muitas partes interessadas [em comprar a Versace] mas sei que este é o negócio certo.”
Assim que o negócio se efetivar, a Capri Holdings Ltd vai passar a gerir 18 mil colaboradores internacionalmente.